21 junho 2007

Faltou bala na agulha

Não é que o Grêmio tenha jogado mal, nem merecesse ganhar por um gol de diferença. Mas o Boca foi superior. E quis ser superior. Quis ser campeão. Enquanto nossa direção desperdiçou dinheiro empilhando ex-atletas (Kely, Amoroso e Schiavi, por exemplo), o Boca trouxe o Riquelme. E ele decidiu os dois confrontos. As grandes realizações do nosso presidente foram a venda do extraordinário Ânderson por R$ 1,99 e do Lucas para o segundo que apareceu. Isso porque o Lucas não quis ir para o primeiro, um Piauí com grife qualquer lá da Rússia. A próxima façanha que servirá de modelo a toda terra será vender o Carlos Eduardo a troco de banana. Nada surpreendente para que apoiou a venda da CEEE e da CRT e afirma que o sonho de todos os gremistas é a Arena Fifa, com remuneração para os dirigentes...

Quanto ao jogo em si, houve um único momento realmente grandioso, que valeu minha ida ao Olímpico. O show da torcida na entrada do time em campo. Depois disso, o jogo foi morno. De um modo geral, o Grêmio controlou bem o Boca, impedindo que Riquelme abastecesse os atacantes. O artilheiro Patrício, por exemplo, não conseguiu uma única conclusão ao gol de Saja. Em compensação, o Grêmio também não conseguia atacar, graças à exuberante atuação do zagueiro Tuta, que desarmava com facilidade as poucas tentativas ofensivas do time gaúcho. E nas duas únicas oportunidades em que Tuta não evitou a conclusão dos atacantes gremistas, a bola acabou na trave e nas mãos de Caranta. Faltou um pouquinho de sorte também. Mas o Grêmio, historicamente, não pode se queixar da sorte.

No mais, resta lamentar, além do resultado, um festival de absurdos que desencorajam qualquer um a ir ao estádio. Nas cadeiras, havia um número excessivo de pessoas, o que obrigou muitos a ficarem de pé ou sentarem em degraus. Imagino como foi nos setores menos nobres do estádio. Some-se a isso os babacas que atiram cerveja nos companheiros de torcida que ficam em degraus mais abaixo e os ainda mais babacas que querem briga. E completando o festival de boçalidades, rojões foram atirados sobre a torcida do Boca. Uma várzea.

Um comentário:

Rodrigo disse...

Ótimo texto! Vou linkar no meu blog.
Fui ao jogo na Social, e por volta de 35 do segundo tempo me dirigi ao Portão 1, para sair assim que o árbitro apitasse o fim do jogo, pois do jeito que o Grêmio jogava tava na cara que poderia ficar jogando até o dia de hoje amanhecer que não faria sequer um gol.
O portão estava fechado, sei lá por quê. Começou a juntar uma montoeira de gente, um aperto muito grande, chegou a dar medo até, qualquer confusão ali poderia acabar em tragédia. Por sorte não aconteceu nada de mais.