23 março 2007

O Grêmio dos meus pesadelos

Há alguns meses, o Juca Kfouri criou, em seu blog, a Copa dos Sonhos. Era um torneio hipotético em que jogavam, no sistema mata-mata, os principais clubes do Brasil, representados por seus melhores jogadores de todos os tempos. O campeão, obviamente, foi o Santos, com Pelé e Robinho, derrotando o Flamengo de Zico na final.
Pois o Torero, em seu blog, criou o reverso da medalha: a tenebrosa Copa dos Pesadelos! No sistema morre-morre, jogavam equipes formadas pela nata (com validade vencida) da perebice futebolística.
O Grêmio ganhou o Gre-Nal e foi eliminado logo na primeira fase. O que é lamentável. A equipe foi mal escalada, contando quase que apenas com jogadores jovens, desprezando a experiência de craques dos anos 1970, como Corbo, Remi, Balduíno ou Vilson Cavalo. Ou os talentos que levaram o Grêmio, terceiro colocado no Brasileirão de 1990, para a segundona pela primeirona vez, em 1991.
A equipe oficial dos pesadelos era formada por:
Tavarelli
Ayupe
Astengo
Fábio Bilica
Wellington
Astrada
Cocito
Bruno “Devagar Devagarinho”
Amato
Somália
"El Loco" Abreu
A equipe da jaqueta de três cores era treinada por Hélio dos Anjos. O presidente não foi votado, mas, presumo, só poderia ser o Obino.
Nesse time, há, sem dúvida, jogadores que fazem jus a essa distinção. Brincavam de jogar mal! Mas há também grandes injustiças, sobretudo no ataque. Quem acha que Amato, Somália e "El Loco" Abreu foram as maiores lêndias que já vestiram a nossa camisa 9, jamais viu jogar o Bizu ou o Nando Lambada. Ou esqueceu do Danlaba Mendi e do “Pistolero” Garcez.
Hélio dos Anjos? Ah, pára! Ele é o Felipão perto do Dino Sani!
Vocês querem perebice? Aí vai o Grêmio dos meus pesadelos, no esquema 3-5-2:
Tavarelli (2004)Alemão Rogério “Cintura-de-gesso” (±1985)
Capone e Bilica (2004) - juntinhos, para ficarem mais a vontade
China (1991)
Alaércio (1992)
Luciano Ratinho (2004)
Bruno “Soneca” (2003-2004)
Marcinho “Caganeira" (2005)
Nando Lambada
(1989-1991)
Jairo Lenzi (1993)

Técnico: Dino Sani
Presidente: Flávio Obino
Vice-presidente de futebol: Saul Berdichevski

Então? É ou não é uma máquina? Perderia fácil para o time escalado pelos internautas. O Ayupe faria uns dois gols de falta no meu time.
Mas só um time não perde um campeonato. É preciso um grupo que mantenha o baixo nível! Assim, selecionei essas jóias, direto dos recantos mais sombrios de minha memória:
Goleiros:
-João Marcos (1984) – o do bigode
-Gomes (1989-1991) - o antigo titular, antes do Tavarelli
-Sidmar (1990-1991)
-Eduardo (2005) - aquele que a bola atravessava, como se fosse gasoso, trazido pelo Mário Sérgio
Laterais-direito:
-Chiquinho (1991) - como em 91, revezando-se com o China
-Polaco (1992)
-Leandro Silva (1992)
-Walmir (1998) - parecia o Eddie Murphy, mas jogava um pouco menos que seu sósia
-Zé Carlos (1999) – o imitador do Cafu na Copa de 98
-Michel (2004)
-Lucianinho (2004)
Laterais-esquerdo:
-Aírton Cachaça (1987-1988) – o do “Gre-Nal do Século”
-Marquinhos (1991) – durante anos, foi o titular do meu pior Grêmio
-Sandro Neves (2000) – o Abominável Sandro das Neves
-Alvim (2004) – o que saía com bola e tudo pela lateral
-Marciano (2004)
-Raoni (2005)
-Wellington (2006)
Zagueiros:
-Leandro José (1982-1983) – sim, 1983. Ele foi campeão mundial!
-Vilson (1990-1992) – o alemão. O Cavalo, da década de 70, também era uma jóia...
-João Marcelo (1991-1992)
-Édson Mariano (1992)
-Geraldão (1993)
-Groto (1994) – deu sentido à palavra grotesco
-Rodrigo Costa (1998) – não bastasse, ainda quebrou o Tuta nessa Libertadores
-Alex Xavier (2000-2001 / 2004) – o que lesionava o Ronaldinho nos treinos
-Dênis (2005) - uma das tantas nabas que o Mário Sérgio trouxe para o Grêmio, como se estivesse fazendo um grande favor
-Alessandro Lopes (2005) – outra naba da mesma safra...
Volantes:

-Donizete (1990-1991)
-Caçapa (1992)
-Jamir (1993-1994)
-Djair (1998) – conseguiu ser expulso com 40 segundos em campo
-Leanderson (2004)
-Douglas Silva (2005)
Meias:
-Adílson Heleno (1989-1990)
-Cláudio Freitas (1989)
-Beto Bombeiro (2000) – depois foi para o Inter
-Rico (2004) – também “jogava” no ataque, mas o plantel está repleto de estrelas nesse setor
-Yan (2004)
-Saraiva (2004-2005)
-Ênio Oliveira (2005)
Atacantes:

-Bira (1984) – veio do Brasil de Pelotas. O Paulo Santanna jurava que seria o novo Dario
-Helinho (não lembro bem, mas foi no final dos anos 80 ou início dos 90. Era um ponta-direita nanico que veio do Botafogo, uma espécie de irmão mais velho dos gêmeos Diego e Diogo)
-Reinaldo Xavier (1989) – era reserva do Marcus Vinicius no “Gre-Nal do Século”...
-Marcos Severo (1992)
-Bizu (1992)
-Érmison Jacaré (1995 ±) – o ídolo do Guga e do Telê
-Silva (1997) – o carequinha reserva do Guilherme. Não se sabe até hoje quem imaginou que aquele tipo fosse jogador de futebol
-Danlaba Mendi (1998)
-Basílio (2003) – era vaiado até no aquecimento
-“Pistolero” Garcez (2004)
-Fábio Pinto (2004)
-Pedro Júnior (2005-2006) – eu chamo carinhosamente de Podre Júnior
Os treinadores que mereceriam dirigir esse grupo, além do Dino Sani:
-Cláudio Garcia
-Sérgio Cosme (era o Cláudio Garcia com barba)
-Sebastião Lazaroni (era o Sérgio Cosme sem barba)
-Darío Pereyra

-Nestor Semionato
-Adílson “Uma escalação para cada adversário” Batista

-Plein
O fardamento seria aquela camiseta de 1997, uma que parecia a do Vasco com uns respingos de tinta azul sobre a faixa preta. Tem também aquela outra de 1996, que parecia um sorvete napolitano, preta em cima, com uma faixa branca na diagonal e azul na parte de baixo.
Para transmitir as atuações do escrete da jaqueta de três cores (que beleza!), Paulo Brito, com comentários de Figueroa.
Ilustrando essa lista telefônica da perebice, estão charges de 2003 e 2004, feitas durante a gestão do inigualável Flávio “Que beleza” Obino.

P.S.: Assisti a derrota do Grêmio para o Esportivo. Se o jovem Jhonatan repetir sua atuação, certamente terá um lugar nessa lista.

22 março 2007

14 março 2007

A sensação do momento

Imaginei essa charge aí embaixo, sobre a "sensação de segurança" que, conforme decretado pelo governo e pela imprensa, todos os habitantes do RS estão sentindo.
Depois eu acabei imaginando esse outro texto, que me pareceu mais engraçado. O que vocês acham?

11 março 2007

Maioridade penal - mais uma

Aí embaixo está mais uma charge, semi-acabada, sobre a maioridade penal. Agora o assunto já está um pouco esvaziado, já passou a comoção da vez, mas resolvi postar mesmo assim. Achei a idéia muito boa para desperdiçar. Aliás, boa demais. Não sei se alguém já não fez algo assim antes. É tão óbvia que acho que alguém já deve ter feito. Passei alguns dias longe do computador, sem ler o Charge Online, portanto. Se alguém já viu uma charge assim, me avise. Senão, talvez eu mande para o JC, na falta de assunto melhor.

07 março 2007

Bush vem aí, lá lá lá lá...

Pois o Bush está chegando ao Brasil. Sob o protesto de muitos, o que faz com que outros protestem contra os protestos. O Alexandre Garcia (olha o que eu ando ouvindo no meu rádio...), por exemplo, se diz um crítico do Bush, mas não entende como o PT pode apoiar protestos contra o Bush. Tipo, deve ser incoerente o Lula receber o Bush e o PT criticá-lo. O correto talvez fosse o Lula queimar uma bandeira dos Estados Unidos ou o PT chinelear com o Iraque e dizer que o Bush tinha mais era que matar aquela gentalha e pegar o petróleo. Seria coerente, mas acho que nem assim o Alexandre Garcia os elogiaria... Aí, depois, ele começou a imprescindível ladainha contra o Chavez, que vai à Argentina liderar uma manifestação em um estádio de futebol. Isso, na lógica dele, é uma grave ofensa ao povo argentino, sempre orgulhoso de sua autonomia e... eu desliguei o rádio! Lambeção de botas ao Bush, criticas ao Lula, ao PT e ao Chavez, tudo isso em uns 15 segundos. Não deu para agüentar.

Mas, voltando ao Bush, ele é o personagem de algumas das minhas melhores charges. Essa daí foi a primeira charge que publiquei no JC. Por isso o desenho está caprichadinho. E está colorido porque também saiu n’O Pasquim 21. É de fevereiro de 2003. Naquela época o Bush ainda tentava convencer a ONU a apoiar a invasão ao Iraque. Depois ele acabou invadindo sem autorização nem apoio e desmoralizou de vez a ONU. Para ele, o Kofi Annan era café pequeno (finalmente consegui usar esse trocadilho!).


Essa daí é uma das minhas favoritas. Uma homenagem ao intelectual que governa o país mais poderoso do mundo. É de 2002 e também foi publicada n’O Pasquim. Naquela época ele ainda estava ameaçando o ataque ao Iraque. Mais ou menos como faz agora com o Irã...

Achados e perdidos