26 dezembro 2006

Mau jeito de governar


Não deu um mal-estar olhar para a Yeda e para aquele Aod, uma espécie de Dr. Silvana do Novo Jeito de Governar, falando em gestão, metas, indicadores, estruturação e todo aquele jargão que compõe o economês almofadinha? Toda aquela marra apenas para anunciar o velho tarifaço do Rigotto, agora vitaminado com uns aumentinhos a mais? Precisava todo aquele papo-furado e aquela empáfia para dizer que a minha cerveja e o meu refri vão ficar mais caros? Definitivamente, a coisa está mal parada, como diria o Véio Cruz, meu professor de entomologia...

Olhar aquele circo dos horrores foi como voltar aos tempos de Zélia Cardoso de Mello. Agora só falta o nosso escritor maior, Anonimus Gourmet, escrever uma biografia intitulada Yeda, uma paixão. Resta saber quem vai ter coragem de dançar Besame mucho com a mocréia...

21 dezembro 2006

Hamburgo, esse desconhecido


É evidente que uma vitória colorada, embora rara, sempre irrita a nós gremistas. Mais ainda quando representa a conquista de um título que apenas nós possuíamos. É como se encontrássemos aquela ex-namorada maravilhosa, da qual tanto nos vangloriávamos, aos beijos com um bagaceiro qualquer vestido de vermelho. Aquela vagabunda! Chinelona! Inveja! Rancor! Despeito! Enfim, sentimentos ruins e infantis, mas compreensíveis.

O que é difícil de se compreender é esse ressentimento, misturado com desprezo pela história do futebol, que tem demonstrado alguns colorados. E justamente nessa hora em que eles atingem a glória máxima de um clube de futebol. É irritante, mas ao mesmo tempo revelador do quanto o nosso título os incomodou ao longo de intermináveis 23 anos.

Essa semana, ouvi muitos colorados dizendo que o Grêmio ganhou o seu título mundial sobre um timeco desconhecido, o Hamburgo. Desconhecido, talvez, nos dias de hoje. Mas não em 1983. Para quem não sabe, o Hamburgo era apenas o bicampeão alemão e o campeão europeu. Sim, o Hamburgo teve que ser campeão europeu, tanto quanto o Barcelona, para ter o direito de disputar o título mundial. Tinha no seu meio-campo Felix Magath, titular da seleção alemã vice-campeã mundial em 1982. E o seu adversário na final da Liga dos Campeões da Europa era a Juventus de Turin. Não uma Juventus qualquer, mas a poderosa Juventus de Michel Platini, Boniek, e de seis campeões mundiais de 1982, Zoff; Gentile, Scirea, Cabrini, Tardelli; Bettega e Paolo Rossi. Ou seja, a base do time que derrotou a querida seleção de Telê Santana.

Ainda acham pouco? Não estão convencidos? Então imaginem que o Inter tivesse perdido para o Barcelona e o clube catalão tivesse conquistado seu único título mundial. E que daqui a 23 anos, o desconhecido e improvável Espanyol de Barcelona fosse ao Japão decidir o título mundial contra o poderoso e multi-campeão Boca Juniors (ou o multi-campeão sul-americano de sua preferência). E a zebra Espanyol fizesse uma marcação implacável e vencesse os favoritos por 1x0 em um contra-ataque inesperado. Os torcedores do Espanyol iriam gozar da cara dos rivais e dizer que o Barcelona ganhou de um caco de time, uns ridículos desconhecidos que ninguém sabe quem é. Mas o Espanyol não! O Espanyol teria ganhado de um timaço reconhecido por todos. Talvez, então, algum paciente torcedor do Barcelona explicasse quem era o Inter. Ele diria que o Inter até é um time desconhecido, mas que não chegou a Tóquio por acaso. Derrotou na final da Libertadores ao Campeão Mundial São Paulo, de Rogério Ceni, Júnior, Mineiro e ... sei lá. Danilo? Souza? Fabão? Bem, os são-paulinos não eram exatamente craques, mas eram campeões, sabe como é...

Ou seja, a Juventus campeã italiana de 1981, 1982, 1984 e 1986 e campeã européia e mundial de 1985, era um time muito superior ao São Paulo de 2006, certo? Logo, aquele Hamburgo não era tão pereba assim. Portanto, dizer que o título conquistado pelo Grêmio, que dominou e atacou o Hamburgo o tempo inteiro, é menos importante que o conquistado pelo esforçado Inter, que surpreendeu o Barcelona, é muita pequenez e recalque acumulado! Comemorem o seu título e deixem o nosso em paz!

Parlaumentarismo

18 dezembro 2006

Mundo cruel...


Embora eu tenha duas excelentes teorias para explicar a vitória colorada, não vou acrescentar muitos comentários a essa postagem para não parecer excessivamente rancoroso. Ao contrário de alguns colorados idiotas que não tem grandeza nem quando ganham, não vou ficar aqui desmerecendo o título de Campeão Mundial conquistado pelo rival. Nem vou ficar fazendo comparações entre as conquistas de um e de outro. Quero apenas saudar aos colorados inteligentes por essa extraordinária conquista. A esses, a minha mais sincera inveja! E o desejo, é claro, de que isso nunca mais se repita! Ou melhor, que se repita com o meu Tricolor!

13 dezembro 2006

Ditador bom é ditador morto

É sabido que todo canalha vira santo depois que morre, pelo menos na abordagem da imprensa. O Roberto Marinho, por exemplo, virou um defensor da democracia. Mas com o Pinochet, não dava. Ele era unanimemente canalha. Era impossível tentar desculpar ou elogiar aquele pulha! Se bem que... Bem, ele modernizou o Chile, não? Abriu sua economia! Por causa dele, o Chile é hoje um país próspero! E isso ninguém pode questionar (Isso mesmo! Nem pense em questionar!)! Pensando bem, ele apenas cometeu alguns excessos, com os quais niguém concorda...

Pois esse foi o discurso que mais se ouviu nos últimos dias, com direito até a editorial do Jornal do Comércio. Pinochet virou quase um benfeitor da humanidade!


E, pra quem não sabe, foi assim que o Pinochet inventou o choque de gestão!

10 dezembro 2006

A solução mágica do momento


A solução mágica para os problemas econômicos do Estado já foi a privatização, os PDVs, a GM, a Ford, os transgênicos e agora é a fábrica de celulose. Pelo que dizem, as fábricas de celulose são a salvação econômica de todas as cidades da Metade Sul juntas, certo? E Guaíba tem fábrica de celulose, certo? Então, por que a fábrica de celulose não salva economicamente Guaíba? Não parece que, se uma fábrica celulose resolvesse o problema econômico de alguém que não é dono de fábrica de celulose, Guaíba não iria ficar até hoje enchendo o saco com a perda da Ford, nem querendo uma fábrica da Toyota, da DKW, de Gordini, ou qualquer outro automóvel?

08 dezembro 2006

Save our língua!

Já não é de hoje que a língua portuguesa vem sendo tratada aos pontapés. Mas nos últimos anos, aquela que o poeta chamou de a última flor do Lácio vem sendo trucidada por alguns setores da nossa sociedade. E eu nem estou falando do internetês, porque aí já é desrespeito aos Direitos Humanos! Refiro-me mesmo àqueles que abusam dos anglicismos. E eu falo de abuso não apenas no sentido de uso excessivo, mas no sentido de estupro mesmo! Os caras conseguem maltratar as línguas de Camões e de Shakespeare simultaneamente! Um exemplo disso ocorreu há alguns anos, quando, não me perguntem como nem porque, acabei assistindo a um trecho do programa do Chicão Tofani. Pois no tal programa, o garboso apresentador conversava com um empresário da noite. Ambos queixavam-se das escolhas feitas pelo grupo de jurados que havia apontado o melhor da cidade de Porto Alegre para a revista Veja. De acordo com eles, lugares muito mais in, cool, fashion ou whatever, haviam sido preteridos, sendo indicados locais mais alternativos. Algo tipo muito Lima e Silva e pouco Calçada da Fama. A explicação, segundo o empresário da noite, estava no mixER de jurados. Provavelmente, o sujeito estivesse tentando dizer MIX para se referir à composição do corpo de jurados. Ou não. Vai ver, ele queria mesmo que um MIXER escolhesse os melhores lugares da cidade...



Mas esse é um caso clássico. Um boçal dono de um night club tentando falar English. Nada surpreendente. O duro mesmo foi um comercial de uma caminhonete importada. Creio que da Toyota Hilux. Luxuosa. Completa. Daquelas que vem até com carteirinha de fascista de brinde para o comprador. Pois a tal Hilux estava em promoção, com vários itens grátis. Bancos de couro de jacaré-do-papo-amarelo e tudo o mais. Mas isso só aparecia no final da propaganda. No inicio, antes dos brindes que só seriam dados durante essa promoção, eram descritas as qualidades inatas à caminhonete e ao seu fabricante. Coisas como conforto, requinte, sofisticação, segurança e... designER! Certamente, foi um engano. Um lamentável engano, ainda mais em se tratando de um carro que custa mais de cem mil reais. Tenho certeza de que eles queriam dizer DESIGN. Do contrário, o dono da caminhonete teria que construir um puxadinho para acomodar o DESIGNER da Toyota.

02 dezembro 2006

Mais PT x PMDB

Semaninha braba para chargistas, com nada de novo acontecendo. Só as bobagens da Yeda & Cia, os problemas nos aeroportos... Aí eu acabei desenhando de novo sobre o PMDB e o PT no governo de coalizão do Lula. A charge aí de cima foi publicada sexta no Jornal do Comércio. A de baixo era a sua versão alternativa. Não sei se fiz a melhor escolha...