18 fevereiro 2007

O Espírito do Carnaval Passado

Eu estava dando uma olhada nas minhas charges dos últimos anos sobre o carnaval. Em 2005, a imprensa local fez aquela lambeção de botas para a dupla dinâmica Rigotto e Fogaça. Lá estavam eles nos desfiles das escolas de samba de Porto Alegre, mais faceiros do que pinto no lixo, como diria o Jamelão. Depois o Fogaça desapareceu, e o serviço público municipal junto com ele. E o Rigotto...



Bem, o Rigotto iniciou 2006 achando que poderia engambelar o Brasil inteiro com aquele papo-furado de coraçãozinho, paixão pelo Brasil, terceira-via, pacificação, e blablablá. O resultado não poderia ter sido mais patético: fez mais votos do que o Garotinho e perdeu a prévia. Depois, tomou uma rasteira da véia Yeda e não emplacou nem o segundo turno na eleição para o governo do estado. Mesmo assim, a imprensa não desistiu dele... Particularmente, espero que, para o bem do nosso estado, ele resolva seguir os passos do seu guru, Pedro Simon, e se torne senador vitalício. Antes em Brasília do que no Palácio Piratini.



Claro que a charge do Rigotto não seria publicada no JC. Nem tentei. Em seu lugar, mandei uma “chargezinha de resultados”. O que também se poderia chamar de “charge força”. Se o Felipão fosse chargista, ele faria esse tipo de charge sempre: senso comum, sem arriscar nada, sem contrariar ninguém e conseguindo uma escassa risadinha do leitor no final. Uma engambelação, mas de vez em quando todo chargista tem que apelar para isso.



E, depois do carnaval, a volta à realidade, que em 2006 foi meio tumultuada. Além dos impostos de sempre e do tradicional aumento da gasolina, havia uma ameaça de greve de professores. Para quem não lembra, o Cepers queria 28% de aumento, acrescidos de 8% de inflação. Já o governo dizia que só poderia negociar aumentos lá por maio... Era puro migué, já que em maio não seria mais possível dar aumento algum, pois 2006 era ano eleitoral. Então, os professores paralisaram as aulas e o governo anunciou que daria 8% de aumento para todos os funcionários, mas só se os professores voltassem às aulas. Chantagem barata, querendo jogar o restante do funcionalismo contra o magistério. Não deu certo. Por fim, foi concedido 8,03% para o funcionalismo e 8,57% para o magistério.


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