06 julho 2007

Como vai ser a coisa

Julho de 2007 - Britto aceita o convite feito por Odone e assume a presidência do Grêmio. Na entrevista coletiva, sempre espirituoso, brinca com os repórteres, que o chamam de “governador”, dizendo que vai manter o que está bom e mudar o que é preciso. Em um canto da sala, um sujeito magricelo e desconhecido, que depois seria identificado como o prefeito de Porto Alegre, dá um sorriso amarelo.

Setembro de 2007 – Não se confirmam os boatos de que os ingressos seriam majorados. Em compensação, pedágios, tanto para automóveis quanto para pedestres, são instalados na entrada do Largo dos Campeões. O custo do pedágio é maior do que o da maioria dos ingressos, mas é cobrado em um único sentido: “O torcedor paga apenas para entrar no Olímpico e a Univias se compromete a pavimentar o Largo dos Campeões em um prazo de até 12 anos”, exulta Antônio Britto.

Janeiro de 2008 – A situação financeira desfavorável obriga Britto a lançar mão de um PDV. Muitos atletas decidem deixar o clube em troca de uma indenização. A maioria deles investe em automóveis da marca Towner equipados com kit para cachorro-quente. Sandro Goiano opta por um carrinho.


Maio de 2008 - Os salários são pagos com um atraso de 15 dias. Britto acena com um aumento de 33 %, mas não paga. Os atletas entram na justiça para receber esse aumento. A dívida será paga por uma futura administração.

Junho de 2008 – Com uma eficiente política de atração de investimentos, Britto anuncia que uma grande multinacional construirá a Arena Fifa. Como contrapartida, o Grêmio fornecerá a área, a torcida para pagar ingressos e os jogadores, que atuarão por um novo clube, o qual terá o nome da empresa multinacional. Após 25 anos, a Arena será alugada para o Grêmio, que então poderá usar novamente seu nome.

Agosto de 2008 - A equipe passa por dificuldades e precisa do apoio dos seus torcedores, que têm comparecido em menor número a cada jogo. Britto anuncia o pagamento de “cinco pila e um pastel” para cada torcedor que se dispuser a balançar uma bandeirinha de plástico e usar um bonezinho.

Setembro de 2008 – É contratada uma consultoria comandada por Vicente Falconi para modernizar a gestão do clube.

Outubro de 2008 – A consultoria sugere uma terceirização da equipe, que fracassa no Brasileirão. Britto fecha o departamento de futebol e contrata, em um moderno sistema de leasing, os jogadores do Zequinha.

Dezembro de 2008 – Britto abandona a presidência do Stora Enso Ford Roundup Ready Portoalegrense – novo nome do clube – e viaja para a Espanha na companhia de um enteado. O vice-presidente fará a transmissão do cargo para o futuro presidente.

7 comentários:

Anônimo disse...

Genial!!!!
UAUAUAUAUAUAUA!!!
Se superou mo querido!!!!

Anônimo disse...

putz...
ficou bom...
faz muito sentido...
MEU DEUS, AJUDE !!!!!!

Claudinha disse...

Excelente, Kayser! A metáfora ão poderia ser melhor! Passaste o desgoverno britto a limpo!

Anônimo disse...

Parabéns! Grande texto e a idéia do Falconi é maravilhosa. Eu tinha esquecido da Univias, que tu acha da idéia das concessionárias de estrada patrocinarem o clube? O meu medo é o Britto levar para comandar o futebol o Busato, a tesouraria com o Berfran Rosado, mas o Mario Bernd faria o que? E a Iara Wortamann? Não podemos esquecer que eles sao muitos. Acho que o Proença é colorado.

Biruta do Sul disse...

Há uma pequena falha no raciocínio.
No final de tudo, em dez/2008, sequer haveria eleição e transmissão de cargo pelo vice, pois depois da privatização e empresariação viria a destruição de tudo. É a vida sob o signo de Britto.
De toda sorte para nós colorados - 68% do povo gaúcho - isso não deixa de ser algo alvissareiro.
Abraços,
jeferson

Anônimo disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK... sensacional!!!!

Jens disse...

Grande Kayser:
Muito bom. Genial.
Confirmaste as minhas suspeitas: além de bom de traço, és bom com as palavras (puxa, que puxada de saco. Até eu fiquei ruborizado).
Um abraço.